O vento levou-te.
Insistias em acender o cigarro que teimava em não te satisfazer. Escondeste o teu desejo debaixo da camisola velha da tua avó, rota, feia, incapaz de te proteger da mais mísera corrente de ar, mas tu não te importavas. Na verdade, não havia nada, para além da ligeira impressão que a viagem pelo vento te causava, que tu conseguisses sentir. Estavas, finalmente, imune a qualquer volta que o teu mundo pudesse dar, aconchegada entre o prazer de um cigarro e a necessidade de ti, satisfeita por teres visto o nosso fim chegar. Era esta sensação que tu tinhas procurado durante os poucos anos em que te procuravas a ti própria e te esquecias do plural, na incessante corrida dos constrangimentos - procuravas fugir dos arrepios, refugiavaste no caminho que querias percorrer, cansada, feliz, perdida. Tal qual como querias.
you don't know me
1 comentário:
I don´t care who you are.
I love you, and i always will, with all my heart.
(depois é a parte em que te peço em casamento)
Morce.
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