Sim, comigo está tudo bem.
Não fosse a consciência pesada, a insatisfação que não cessa, que justifica tudo. Todos os dias tento justificar-me com desculpas sem sentido, que digo e ninguém refuta. Parece-me que ninguém ouve o que eu digo, que não há ninguém disposto a olhar para o que eu faço, porque o faço de prepósito. Sim, por aqui esta tudo a correr bem. Corro porque quero e não consigo, porque olho e estou no deserto. Ou no fundo do oceano, ou na selva profunda, num apartamento vazio. Já gritei e já parti janelas e portas e paredes e pessoas. Destruí tudo e mesmo assim não há corpo, nú, vestido, teu, de alguém vivo, morto, que me suporte. Que me leve com o vento e me pegue ao colo até ao fim, onde não quero chegar sozinha.
E contigo, tudo bem?