dog days are over

«Let’s talk about magic. Because music, at its best, is a kind of magic that lifts you up and takes you somewhere else. “I want my music to sound like throwing yourself out of a tree, or off a tall building, or as if you’re being sucked down into the ocean and you can’t breathe,” says Florence Welch. “It’s something overwhelming and all-encompassing that fills you up, and you’re either going to explode with it, or you’re just going to disappear.”»




Enfim, Florence and the Machine recomenda-se seriamente.

hardest of hearts

O vento levou-te.
Insistias em acender o cigarro que teimava em não te satisfazer. Escondeste o teu desejo debaixo da camisola velha da tua avó, rota, feia, incapaz de te proteger da mais mísera corrente de ar, mas tu não te importavas. Na verdade, não havia nada, para além da ligeira impressão que a viagem pelo vento te causava, que tu conseguisses sentir. Estavas, finalmente, imune a qualquer volta que o teu mundo pudesse dar, aconchegada entre o prazer de um cigarro e a necessidade de ti, satisfeita por teres visto o nosso fim chegar. Era esta sensação que tu tinhas procurado durante os poucos anos em que te procuravas a ti própria e te esquecias do plural, na incessante corrida dos constrangimentos - procuravas fugir dos arrepios, refugiavaste no caminho que querias percorrer, cansada, feliz, perdida. Tal qual como querias.



you don't know me


where do you think you're going?

People don't tell you who you are,
you tell them.


Gossip Girl (S.1 E.13)

too much of nothing



se, pelo menos, eu tivesse tempo para sentir preguiça...
mas nem isso (!)

heartache tonight

Saber que já não acreditas em ti, paralisa-me. O meu corpo não reage ao teu quando te despes de ti, quando nós nos perdemos por aí, nesse sonho de te tentar descobrir, numa caminhada infindável pelos segredos que escondes na pele. Já não consegues confiar?
Não há nada mais profundo do que mergulhar em ti. Depois de me prometeres que íamos até ao outro lado do mundo, as minhas mãos não largaram as tuas num compasso marcado pelo que tu costumavas sentir. Já não sentes a música, pois não?
Segues-me, sem medo, pelos teus desertos, em plena liberdade, com os olhos fixos no céu.
Ah, desististe.


delayed devotion


ontem, por exemplo.
(um dia destes escrevo qualquer coisa de jeito, ok? não tarda nada - ou então vamos esperar que não.)

love communication




mas eu tento sempre mais uma vez, inevitavelmente.

electric feel

E se eu fugisse? Se eu te deixasse agora, sozinho, no meio do nada, de prédios altos e cheios de gente, de ruas labirínticas de pessoas apressadas, de estradas infinitas, becos enigmáticos, ruas desertas, no meio de tudo? Com certeza não seria capaz de me despedir - de te dizer adeus, vou andando, de sorrir, chorar. Provavelmente pensaria que tinha chegado a minha vez. Temos todos um oportunidade para voar, não temos?





Não sei se te quero. Não sei, não quero. Quero-te tanto que quero fugir, rápido, para bem longe daqui. Contigo? Nem sei.

bulletproof



não sei.

(tempo. preciso de tempo, de espaço. de ti? preciso de regressar)

hoje é o dia

um dia arrisco,
a ver se petisco.

















(café nicola)

higher ground



(Let's find some beautiful place to get lost)

As ruas seguiram os meus passos, receosos, hesitantes, num novo caminho. Juntos, íamos desbravar mato, um chão selvagem nunca antes pisado, virgem, num compasso decidido. A nossa vontade de mudar era forte, intensa, quase palpável. Mostraste-me as regras, mas eu estava disposta a tudo: o espírito livre comandava-nos e as regras deixaram de existir.
Era o nosso mundo, finalmente! E tinha estado sempre à nossa espera

seventeen

oh, she's only seventeen...

lifesize

Senti-me a voar. Vi o teu sorriso, senti-o nos teus olhos e voei. Para bem longe. Para onde não nos olham de cima a baixo antes de nos dirigirem a palavra, para onde o amor é fácil de dar e receber, para onde nós existimos. Sem medos, mergulhei no nosso mar, profundo, tão profundo, e encontrei o tal tesouro escondido que esperava por nós, num baú fechado a sete chaves, velho, cansado. Escondia o maior tesouro de todos os tempos, diziam-nos. Diziam que esse tesouro também era nosso, soberbo, tal qual o nosso mundo. Que depois de o experimentarmos, não íamos querer mais nada.

Acertaram.

living proof


Se perguntarem por mim,
digam que voei

hey jude



O filme é espectacular. A música é ainda melhor.

Across the Universe (2007)

this is not a love song

A porta da sala fechou-se.
Agora, ali, era apenas eu e as paredes, num diálogo incessante, tempestivo - num silêncio cortante. O chiar do vento frio lá fora marcava o compasso do meu desespero e o velho espelho à minha frente mostrava-se disposto a um violento debate, mas a minha corajosa cortesia proibía-me de me exaltar. Não. O meu choro, os meus murros na mesa, o meu grito ensurdecedor seriam abafados pela minha decência. Ali, a ira marcada nos meus olhos controlava-se perante o que via, submetida ao terror do real, escondido, na sala fechada, com a chave perdida, com o espelho que não era de ninguém.



E quando a porta se abriu novamente, afoguei-me nos braços de quem me salvou, pessoa sem nome, rosto nem voz, cansada, estourada, caída, para te pedir ajuda para me levantar. Obrigado.

tomorrow is my turn


« Cada vez mais acredito que o importante é surpreender as pessoas certas. »


Blog de Notas

long time ahead of us

Desce a rua, o Sol está alto, quente, ofuscante, os teus passos denunciam-te. Corre. Leva tudo contigo, despe-te, corre. Não, não olhes para trás! Vai, cantarolando, segue a música do teu coração, liberta-te, o terrivél cliché faz agora todo o sentido. Tu amas, esqueces, enlouqueces. O teu olhar não deixa dúvidas. A verdade põe as palavras na tua boca, que beija a liberdade. Sim, és livre! Corre!

got no love


Que a tua presença é inquietante, perturbante, que os teus minutos são efémeros, que querer-te é asfixiante. Não existem palavras, roubaste-mas, descaradamente, sem autorização. Torna-se utópico querer dizer-te que te quero, inesperadamente. Que as tuas mãos são ásperas como eu nunca senti, que a tua voz me incomoda. Que o que sentes não percebes, que é irracional, digno de um cão.

Digo-te isto tudo, de um trago apenas.
Mas decido ficar calada.

melodies desires


A cidade não cansa, convida para mais uma dança, o teu corpo balança, o meu não descansa. O ritmo ansioso, o espelho furioso, o grito de alvoroço. A calçada traz lembrança, segue, segue a minha trança, já nada pára esta dança.

bling (confessions of a king)


« You think you know who you are.
You have no idea. »
Crash

teenage kicks


Mais preto no branco. Mais música. Mais troncos nús, despidos, corpos quentes, abraçados. Mais beijos. Gargalhadas pela manhã, noitadas. Mais Beatles, mais all you need is love. Liberdade, cabelos compridos, ao vento, despenteados. Gritos, manifestações, silêncio. Fotografias que digam mais do que mil palavras. Mais amor, mais intenso.


Menos ais.
(Quero ainda mais)

sweet nothings

Raios! Afinal há sol lá fora, há sorrisos para dar e receber, há razões para sair à rua, há pessoas que valem a pena. E só agora é que eu me apercebi: o mundo está lá fora à minha espera


I'd rather dance with you


(I guess that's it)
p.s.: parabens baby boy

we both go down together


O que o meu espírito não permite e o meu corpo não alcança. O inalcançável. O sonho, adormecido. O impulso, controlado. Os punhos cerrados contra a mesa e os olhos tapados, a mesa posta para ti, o jantar quente, delicioso, sem sabor - o teu atraso.

back of the van

Congelaram. As minhas mãos congelaram nas tuas, os meus olhos pararam nos teus. Ali, à minha frente, deixaste de ser. Esqueci-me de ti - costumavas ser um desafio (aliciante), arrisquei.
Agora não és nada, perdeste todo o interesse.
Os meus dedos entrelaçaram-se nos teus, discretamente, a tua música ensurdeceu-me. Esqueci-me que isto era um concurso - beijei-te.





(parece-me que ganhei)

we looked like giants

Já te prometi tudo o que podia prometer (e sabia que não podia cumprir). Contei-te tudo o que desejava fazer, mas não fiz. Sonhei contigo, pareceu-me que finalmente acontecia. Não aconteceu. Gritei, virei as costas a todos, despi-me de preconceitos, trouxe os tempos de revolução - esqueci-me de acreditar. Segui o meu instinto, confiei nele, agi por impulso (mas antes planeei todos os meus actos).
Fui livre (prendi-me a ti).


ain't gonna break my soul


(um dia destes, as minhas palavras estão de volta. Prometo.)



all you need is love

sorry or please

Construí-te. Peça a peça, tu suplicavas-me que eu te refizesse, com esses olhos que outrora me faziam derreter, perder a cabeça, até me pôr a teus pés. No entanto, agora olho para ti e pareces-me uma mera construção, velha e insensível, nada de especial. Perdeste a tua unicidade. Essa terrível ambição, essa cegueira, esse teu amor pelo inalcançável mostrou-te que afinal tu não eras dono do mundo, fez-te perceber que é preciso muito mais do que “querer”, desfez-te. Agora o que te resta são essas mãos, secas, rugosas, que se estendem para mim e me pedem ajuda. Tens a certeza de que é isso que queres? Da última vez, quem pediu ajuda fui eu e tu não te mostraste acessível. Enfureceste-me. Roguei contra ti todas as pragas que conhecia, escrevi-te os meus piores textos, dediquei-te os meus piores pesadelos. Pelos vistos, alguém ouviu as minhas preces e agora estás tu de joelhos, à minha frente.
Esses joelhos, nus e feridos, arrastando-te pelo chão, dão-me sinais da tua fraqueza. É a minha vez de me aproveitar de ti, de pegar no que ainda resta e desfazê-lo em mil pedaços, é a minha vingança. Mas o meu coração não é de pedra e eu vejo nos teus olhos, mentirosos e hipócritas, que precisas de mim – queres a tua vida de volta e ela está nas minhas mãos. Falo contigo e pergunto-te como chegaste a este estado, tu respondes-me apenas com essa lágrima suja que cai pela tua cara. Nem chego a ouvir a tua voz, não te pergunto mais nada, não quero chegar à conclusão que já nem a voz te resta.


A decisão é minha. Posso deixar-te aí sozinho, no meio da rua, descalço e com uma moeda no bolso para um maço de cigarros, esquecer o assunto e considerar esta a minha pequena vingança. Ou então, posso dar-te mais uma moeda para a cerveja dessa noite e continuar o meu caminho. É este o meu limite e eu, por ti, já não consigo pisar o risco.

midnight show

Morri. A sala estava vazia e o mundo parado. Não pensei, não pensei no barulho lá fora nem no silêncio cá dentro, não pensei na luz que passava pelas janelas e me aquecia, não pensei em ti.Por instantes esqueci todos os projectos, todas as crenças, todos os nomes. Já não sentia vontade de correr, de rir, de sentir. A energia esgotou-se. Foi dar uma volta, arejar. Fugiu para ver o mar uma última vez. Não tentei impedi-la, não tinha esse direito. Não volta e talvez eu já não esteja preparado para recebe-la. Tornou-se típico em mim. A porta fechou-se e o sorriso raramente se abre. E tu és a chave que eu não encontro. Perdi-te numa sombra, procurei por entre os dedos mas estes depressa se esconderam. O futuro é negro e eu perdi a coragem. Desculpa, mas tenho de ir. Perdeste a simplicidade que eu amava. O caminho que percorríamos tornou-se demasiado escorregadio. Já não há braços que me guiem nem beijos que me calem – acabou.

Acabou – já não há braços que me guiem nem beijos que me calem. O caminho que percorríamos tornou-se demasiado escorregadio. Perdeste a simplicidade que eu amava. Desculpa, mas tenho de ir. O futuro é negro e eu perdi a coragem. Perdi-a numa sombra, procurei por entre os dedos mas estes depressa se esconderam.E tu és a chave que eu não encontro. A porta fechou-se e o sorriso raramente se abre. Tornou-se típico em mim. Ela não volta e talvez eu já não esteja preparado para recebe-la. Fugiu para ver o mar uma última vez. Não tentei impedi-la, não tinha esse direito. Foi dar uma volta, arejar. A energia esgotou-se. Já não sentia vontade de correr, de rir, de sentir.Por instantes esqueci todos os projectos, todas as crenças, todos os nomes. Não pensei, não pensei no barulho lá fora nem no silêncio cá dentro, não pensei na luz que passava pelas janelas e me aquecia, não pensei em ti. A sala estava vazia e o mundo parado. Morri.
por sofia b., martini e uma cisma

free at last

Grita o mais alto que consegues. Mostra a todos a tua fúria, a tua revolta, o que queres. Enche o peito de ar! Bem alto, acima de tudo e todos, do cimo de um monte, sozinho. Conta até três e deixa-te ir. Grita. E depois foge.



3000 visitantes! Obrigado

drunk or stoned


Meias palavras, dúvidas e segredos. Suspiros. Beijos. Desesperos. Rezar o terço ajoelhada no chão. Entregar-me ao primeiro homem que aparecer. Chorar pelos cantos e deixar-me ir. Parar de lutar, esquecer, conformar-me. Sorrir para todos. Beber até cair, fumar um cigarro encostada ao muro. Enrolar-me com um qualquer atrás da igreja, comprar felicidade. Ter medo de compromissos. Chorar o que não sinto e soltar gargalhadas por aquilo que não percebo.

Dizer-te que tenho saudades tuas, abraçar-te. Comer sem fome e celebrar sozinha. Distrair-me contigo, escrever, nem sequer tentar. Ser de esquerda ou direita, extremista, radical, populista. Fazer falsas promessas e renovar o guarda-roupa. Jurar começar a fazer dieta no dia seguinte, ser a melhor amiga da televisão. Ultrapassar o limite, esconder. Porque quanto mais quero ser, pior sou.

standing in the way of control


Nunca me distinguirias no meio da multidão.

Eu ponho-me na fila, por entre esta gente apagada, vestida com o uniforme e pareço igual a todos os outros. Desde sempre me taparam os olhos e esconderam a minha singularidade, acabei por perdê-la, nesses becos escuros e sujos, onde também eu me perdi e transformei. Dou por mim igual a todos os outros, na fila, à espera que me confisquem e analisem, nesta homogeneidade artificial. Estou à tua espera.
Tu chegas. Confiscas-me, olhas-me de lado, fazes essa expressão, tão típica, tão tua, de reprovação e deixas-me com esse teu ar de desprezo. Rebaixas-me, tratas-me abaixo de cão, bates-me com o teu chicote e chego até a sentir as tuas bofetadas. Mas os meus olhos cravaram-se nos teus e não os largam. Esqueço-me de tudo o resto e sigo-te - esqueço-me de ser igual, de estar alinhada, de estar na fila e passo a ser eu mesma, diferente dos outros, com os olhos postos em ti, para ti. Perdi-me, de novo.

hope there's someone



À minha volta a chuva miudinha caía no chão, suavemente, quase sem vontade, numa melancolia característica de um dia cinzento. Imóvel, eu continuava ali, à beira da estrada, porque a chuva não me afectava. O meu cabelo não escorria, as minhas mãos não estavam húmidas. Eu esperava por ti, a pensar em tudo o que ainda nos restava. A esperança de que chegasses protegia-me, como se os teus braços estivessem novamente à minha volta.

Mas chegaste e a chuva voltou a atacar-me – o teu regresso não trouxe o que eu queria. Foste mudo, surdo, cego. Chegaste? (Nunca notei.) Mais valia nem teres saído de casa.

pity and fear


Eu arrasto-te pelo chão, escondida, e fecho os olhos. No meio da multidão, de milhentas pessoas e os seus problemas, esqueço-te e arrasto-te atrás de mim. Não olho para trás, nunca, para não ter de te encarar e tu continuas mergulhada nesse mar que é só teu, porque eu virei-te as costas e preferi não saber mais nada. É uma guerra fria e eu carrego o meu peso e o teu, sem ter sequer coragem para o mandar borda fora. Porque eu arrasto-te comigo e, se me afundar, tu afundaste também.
No fim, a verdade é o único obstáculo entre nós e eu continuo a arrastá-la pelo chão, sem que ninguém repare.

you don't know me


Wave goodbye, wish me well, you've gotta let me go
(The Killers - Human)

one night stand


Tu olhas para mim, observas-me e não me percebes. Pensas que sou aquilo que vês, interpretas todas as minhas reacções e julgas conhecer-me. Mas eu não me limito a ser quem tu achas, não me limito a ser quem tu vês. Eu só quero ser ilimitadamente humana. Sou muitas pessoas, muitas personalidades, mas, no fim, sou só eu.
E tu continuas sem me perceber.

mr. brightside


tenho mais alguma alternativa?

everchanging

Quero-te escrever outra vez.
Quero-te escrever outra vez, mas custa, porque não sei onde tu andas, nem onde eu me encontro. Já não há ponto da situação a rever, estratégia para pensar, momento para reflectir - há um texto a escrever, e eu tenho a certeza de que é para ti. É para ti, mas não sei porquê. Aqui a novata sou eu e talvez ainda não tenha encontrado as razões certas, mas nunca é tarde demais. Esperámos tanto tempo para dar um passo, tão simples, tão complexo, que agora podíamos correr a maratona. E eu já me cansei de reticências, blábláblás, de previsões e tudo mais, eu agora quero-te escrever, é isso.



Eu quero-te escrever e já sei porquê

impulse

this is the sound of settling



Desculpa-me se fui indelicada, não era a minha intenção. Não quero que penses que eu não quero nada - porque eu quero tudo. Também te quero a ti. Eu quero-te, posso? Diz-me, se fazes o favor.

Desculpa-me se a minha falta de espontaneidade te afugentou e, no final de contas, a mensagem que eu te passei não foi a mais certa. Lê os meus lábios, segue os meus olhos. Vais ver, não precisas de mais nada e eu prometo que não te vais arrepender. Não precisas de fingir que não te importas, que não é contigo. Não precisas de inventar mais desculpas nem de criar mais falsas situações. Já te percebi
A minha foto
Lisboa | Amesterdão

desde 24 de Janeiro/2011

Com tecnologia do Blogger.