i can't win



eu minto, às vezes.
sou uma mentirosa no que se passa cá dentro, nas festas e convívios do salão da alma. as portas parecem-te transparentes - estão fechadas, trancadas. as conversas, as discussões, conferências e saraus são como o teu sorriso forçado nas fotografias que detestas tirar. na verdade, não valem nada, enquanto o meu corpo se estende dormindo no sofá interior.
e depois minto quando te digo que estou viva, activa, positiva. digo o que não é verdade, mas a verdade é que ninguém se digna a investigar a falsidade. quando páro de falar, acabou a conversa, também já não tens nada para dizer, adeus, adeus, até à próxima, depois ligo-te, deito-me na relva de um jardim infinito, deixo-me levar pela areia deste deserto, a neve gela-me as costas, não olho para ti e percebo que sou falsa.
nem sei

1 comentário:

Huguinho disse...

Para quando a compilação de crónicas de "O ponto da Sofia" num livro?

Beijinho!

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