Hoje alguém me obrigou a ir buscar outra vez a caixinha das recordações, dos segredos, daquilo que vai ficando para trás.
Vista de fora, até parece ser normal: azul, já velhinha, com os cantos estragados. Basta abri-la para se perceber que tenta passar despercebida, que é melhor esquecer. É uma caixinha triste. Tem um pouco de tudo, um pouco de antes e um pouco de agora, tem TUDO. Tem aquilo que me apetece recordar e aquilo que me apetece esquecer mas não quero largar. Tem aquilo de que me orgulho e aquilo de que me envergonho. Já disse, tem TUDO. Mas só a abri porque fui obrigada, porque já não me lembrava como era relembrar, porque já não tenho paciência dos jogos de emoções que ela insiste em ter comigo, porque é ridículo ficarmos presos ao que já passou, ridículo.
O futuro tem muitos nomes. Para os fracos, é o inatingível. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes, é a oportunidade.
Victor Hugo